Tanatologia

É a ciência que estuda a morte e os processos psicológicos que envolvem as reações decorrentes da inexorável finitude do ser, do luto e dasperdas.O enlutado por qualquer tipo de perda deve ter a mesma atenção e cuidados por parte de quem o acompanha, seja o terapeuta, a famíliaou a sociedade. Perda significa privação e qualquer pessoa que passe por uma privação sente-a como a pior dor do mundo. Não podemos mensurara dor do outro. Em qualquer tipo de perda, seja ela concreta (morte) ou simbólica (separação), é muito difícil quantificar a dor que a pessoa sente.

No caso específico da perda de um filho, em minha prática e também segundo a literatura, o processo do luto é mais delicado pois a lei natural nosmostra que o mais freqüente é os filhos enterrarem os pais. Quanto a perda da mãe, por parte do filho, as conseqüências em relação ao processodo luto vai variar conforme a idade desse filho. É certo que para qualquer filho em qualquer faixa etária, a perda mais difícil de enfrentar é a damãe e por vezes a do pai. Quando se tem um filho a situação se inverte. Se a perda é obsetal o luto tem grande probabilidade de provocar umquadro depressivo na fase adulta.

O luto pressupõe sofrimento. O difícil para quem o vive é expressá-lo devido a interdição cultural e social. Oideal é que a pessoa se desapegue em vida de tudo e de todos. Coisas e pessoas. Afinal, estamos aqui de passagem e tudo nos é emprestado - atéos filhos e os pais. Como a morte é para quem fica, após a perda de alguém significativo devemos vivenciar o processo do luto. Bowlby nos fala defases desse processo. A primeira, o entorpecimento, a sensação de torpor nos defende por algumas horas. A segunda, o anseio e busca da figuraperdida que dura meses e anos.

É comum e natural o enlutado vê sinais da pessoa falecida em tudo. Ele escuta a voz do morto o chamando, sente ocheiro, sonha muito freqüentemente, escuta passos e tem a impressão de que o morto está presente. A terceira é a desorganização e desespero,o momento de enfrentamento da realidade, o que é muito difícil para a pessoa que perdeu. A quarta fase é a reorganização pois a natureza ésábia e não nos deixa na mão. É o momento de resignificar a vida. Adotar novos papéis.Worden nos fala em tarefas. A primeira é aceitar a realidade;a segunda é trabalhar a dor da perda; a terceira se adaptar ao local onde vivia com a pessoa falecida e a quarta é reposicioná-la em termosemocionais. Isso significa se dar o direito a outras experiências afetivas.